terça-feira, 13 de março de 2012

Um pouco de poesia...


      Este poema maravilhoso, escrito durante o período da Segunda Guerra Mundial, retirado do livro A Rosa do Povo, de Drummond, retrata exatamente o sentimento do país, do mundo naquela época. Quanto as pessoas precisavam se disfarçar para sair às ruas ou simplesmente para sobreviver, representado aqui, em forma  de disfarce, metaforicamente, magicamente construído,  um elefante...

O Elefante
                                                                    Carlos Drummond de Andrade
Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
é a parte mais feliz
de sua arquitetura.
Mas há também as presas,
dessa matéria pura
que não sei figurar.
Tão alva essa riqueza
a espojar-se nos circos
sem perda ou corrupção.
E há por fim os olhos,
onde se deposita
a parte do elefante
mais fluida e permanente,
alheia a toda fraude.

Eis o meu pobre elefante
pronto para sair
à procura de amigos
num mundo enfastiado
que já não crê em bichos
e duvida das coisas.
Ei-lo, massa imponente
e frágil, que se abana
e move lentamente
a pele costurada
onde há flores de pano
e nuvens, alusões
a um mundo mais poético
onde o amor reagrupa
as formas naturais.

Vai o meu elefante
pela rua povoada,
mas não o querem ver
nem mesmo para rir
da cauda que ameaça
deixá-lo ir sozinho.
É todo graça, embora
as pernas não ajudem
e seu ventre balofo
se arrisque a desabar
ao mais leve empurrão.
Mostra com elegância
sua mínima vida,
e não há cidade
alma que se disponha
a recolher em si
desse corpo sensível
a fugitiva imagem,
o passo desastrado
mas faminto e tocante.

Mas faminto de seres
e situações patéticas,
de encontros ao luar
no mais profundo oceano,
sob a raiz das árvores
ou no seio das conchas,
de luzes que não cegam
e brilham através
dos troncos mais espessos.
Esse passo que vai
sem esmagar as plantas
no campo de batalha,
à procura de sítios,
segredos, episódios
não contados em livro,
de que apenas o vento,
as folhas, a formiga
reconhecem o talhe,
mas que os homens ignoram,
pois só ousam mostrar-se
sob a paz das cortinas
à pálpebra cerrada.

E já tarde da noite
volta meu elefante,
mas volta fatigado,
as patas vacilantes
se desmancham no pó.
Ele não encontrou
o de que carecia,
o de que carecemos,
eu e meu elefante,
em que amo disfarçar-me.
Exausto de pesquisa,
caiu-lhe o vasto engenho
como simples papel.
A cola se dissolve
e todo o seu conteúdo
de perdão, de carícia,
de pluma, de algodão,
jorra sobre o tapete,
qual mito desmontado.
Amanhã recomeço.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Novidade !


Este quadro foi feito sob medida e por encomenda para minha sobrinha Fernanda. Caso alguém se interesse é só mandar um e-mail. Ele mede aproximadamente 49 cm de altura X 38,5 cm de comprimento.










Oi, gente, tenho novidades. Espero que gostem!!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Informações sobre os quadros














Dimensões aproximadas: 27,5 cm X 27,5 cm.
Valor: R$ 25,00 + frete.
 
        
     Para cálculo do frete é só enviar o seu CEP. E para maiores informações basta me mandar um e-mail: anacamilacrizi@gmail.com. Todos os quadros são feitos manualmente, podendo haver alguma variação de cor. Apresentam-se como ótimas opções para decoração ou para presentear alguém de quem você goste!! Garanto que eles têm um charme todo especial, como tudo que é feito à mão e que resgata o que há de mais simples, puro, natural, coisas meio esquecidas e que são tão importantes, que nos fazem tão bem: simplicidade, naturalidade, pureza...

Mais produtos






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Primeiros quadros


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Inauguração do blog

Estou começando hoje as postagens dos meus primeiros quadros. Espero que gostem. Apreciem à vontade!